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" SUCATA "

Vale muito pra você, mas pra outra pessoa não vale nada.
Não vale nada pra você, mas pra outra pessoa ainda serve.

 

A pintura ergue um monumento ao descartado, tudo se empilha como se o acaso fosse arquiteto e a precariedade, escultora. A sucata, aquilo que já não serve, ressurge em equilíbrio frágil, como se cada objeto fosse um pensamento suspenso, uma memória incômoda que, ao menor toque, ameaça ruir. A imagem abre fissuras. O acúmulo material se transforma em metáfora do acúmulo emocional. Ódios, rancores, dores abafadas.O que é lixo para uns, é sustento para outros. Matéria de sobrevivência. Pintar aquilo que supostamente “não serve pra nada”. E, ao fazê-lo, prova o contrário. O inútil se torna imagem, a imagem se torna reflexão. A pintura também não serve pra nada, poxa, não me faz nem um café, não lava nem minha louça. FATO. Sucateado, jogado de lado, empilhado, esquecido e amontoado. “Sucata” não é apenas um registro do descartado, mas uma arquitetura simbólica que fala sobre resiliência, resistência e o modo como o acaso organiza e desorganiza nossa vida.

 

Acrílica, marcador e grafite sobre papel
canson montval 300g/m² - 42,0 x 59,4 cm

Não vai dar certo essa história dos nossos sonhos darem errado.jpg

" Não vai dar certo essa história dos nossos sonhos darem errado "

Ironicamente essa era a frase que estava escrita no poste atrás dos rapazes na hora do meu ato de contemplação. Os senhores quebravam pedra portuguesa na marreta, separando as pretas das brancas e combinando os tamanhos, elas são muito irregulares, precisa ter a destreza. O preto mais novo bate a marreta, o mais velho cordena. Isso para remontar o desenho da calçada de Ipanema. Mas pra quem passar? Na pintura eu tiro as pessoas, pra leitura ficar mais solitária. O céu que era nublado, ja virou um inferno. O trabalho parece infinito. Mais eles estão calmos. Por dentro como que tá ? A frase não faz sentido pra eles. Mas estava lá na cena. Eu só reparei quando imprimi a foto para pintar. Decidi que esse ia ser o nome da obra, justamente pela ironia. A escravidão ainda existe e é visivel nas ruas do Brasil. Cuide bem dos seus sonhos. Porque tem gente que nem tem tempo pra sonhar.

Acrílica, marcador e grafite sobre papel

canson montval 300g/m² - 55 x 80 cm

Leonardo Teixeira - Visual Artist - Designer 

leonardotxart@gmail.com+ 55 11 98963-7845 -

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